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sábado, 3 de abril de 2010

Algumas interrogações sobre a entrevista de Aécio à Veja

A entrevista que o ex-governador Aécio Neves deu à revista Veja que estará nas bancas neste domingo (04) é interessantíssima. Ele não tem 92% de aprovação popular à toa. Seus dois mandatos (2003-2006 e 2007-2010), de fato, mudaram a cara de Minas Gerais e entraram para a história. Aécio tem um carisma único e isso também deu a ele a sustentação política de que seu governo precisava. A maior marca de sua administração é o Pro-Acesso, que levou o asfalto a todas as cidades mineiras.

Praticamente tudo isso é dito na entrevista concedida à Veja. Mas existem algumas questões em que Aécio pode ter pisado no tomate. Ele deixou a elegância de lado ao afirmar que a ex-ministra Dilma Rousseff, candidata do PT à presidência, vai enfrentar dificuldades na disputa com o ex-governador de São Paulo José Serra por nunca ter concorrido e nem ter ocupado um cargo eletivo. "Eu acho que, pelo fato de a ministra Dilma nunca ter ocupado um cargo eletivo, há uma grande incógnita. Caberá a ela responder, durante a campanha, a essa incógnita", sentenciou Aécio.

Ora, o ex-governador talvez tenha se esquecido de que seu pupilo, Antonio Anastasia, que agora governa Minas Gerais, também nunca disputou eleição e é candidato ao Palácio Tiradentes este ano. Anastasia é sabidamente competente, mas também não tem experiência eleitoral. Mesma situação de Dilma: inexperiente na política, mas boa técnica. Os tucanos tem pregado que a campanha de 2010 não deve ser de discursos vazios, mas devem tomar cuidado para não protagonizá-los com questões desimportantes. O fato de um candidato nunca ter disputado eleição não significa que ele é incompetente. Que o diga o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda.

4 comentários:

Marcos disse...

Concordo, Rodrigo! Aécio foi um grande governador, mas foi deselegante nessa entrevista... Faltou coerência.

Unknown disse...

Acredito que os 8% de insatisfeitos enquadrem todo o funcionalismo público estadual que financiou o "Choque de Gestão" com o sucateamento de seus respectivos salários durante os últimos 8 anos. Algumas categorias ganham salário base menor que o mínimo, médicos ganhando R$2400,00, professores com curso superior ganhando salário base de R$500,00 e ganho real abaixo dos R$850,00...Uma verdadeira balbúrdia!
Se para a maioria Aécio deixará saudades, para o funcionalismo público estadual já se foi tarde e com certeza não terá apoio para eleger seu pupilo Anastasia (...).

Unknown disse...

Considero que a administração do Aécio trouxe alguns pequenos avanços para o funcionalismo, como o pagamento no 5º dia útil e o plano de carreira. Digo pequenos porque não adianta ter um plano de carreira cujo o salário base do nível 1A é de R$ 320,00. Hoje a maioria dos funcionários inclusive professores com nível superior e muitos anos de carreira tem seu piso salarial na casa de R$ 300,00, este piso é acrescido de alguns abonos e o salário líquido fica em torno de R$ 500,00 à 600,00. Quando o Aécio assumiu o governo em 2003, o salário de um funcionário da educação, em início de carreira, correspondia à +/- 2,5 salários mínimos e hoje mal dá 1 salário mínimo.
Adriane R Cruz - Funcionária pública estadual.

Anônimo disse...

Pessoal, obrigado pelos comentários e retorno. O objetivo do blog é esse mesmo - uma discussão sadia.
Abraços do Rodrigo